Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Fukanzazengui - parte 8.
“...Devemos parar de correr atrás de palavras e de letras e aprendermos a nos retirar e refletir sobre nós mesmos...”
 “...Quando assim fazemos, nosso corpo e nossa mente são naturalmente transcendidos, e nossa naturezaBuda original se manifesta...”.
 Nesse parágrafo, Dogen fala sobre a importância de não se prender ao que está escrito, mas deixar que a mente se manifeste livremente.
 Palavras não são nada mais que conceitos, até mesmo Dogen usa as palavras para dizer isso.
 No Shinjinmei: está escrito:
‘É lá que se rompe o caminho da linguagem. Não há mais passado nem futuro’.

Perguntaram ao Buda: - Porque os ignorantes fazem discriminações e os sábios, não?
 Buda respondeu: - Porque os ignorantes prendem-se à palavra, aos nomes, aos sinais, aos conceitos.
 Não nos sentamos em zazen para chegar a algum lugar, ou conseguir alguma coisa...
Para atingir algum estado de beatitude, ou algum tipo de poder cósmico...
 Praticamos, para nos religarmos a vida...
 Para retornar ao Universo do qual fazemos parte.
 Quando no sentamos com a mente livre e desapegada, já conseguimos...
 Já estamos lá...   somos Budas... Nos tornamos um com o universo.
 No Shobogenzo - Capítulo 62 – Sansuikyo - “A Escritura das Montanhas e das Águas” está escrito:
"Todos os Dharmas estão livres e desapegados, e não estão fixos em lugar algum. Devemos estar conscientes disto, que todos os Darmas estão livres e sem apegos; mas eles apesar disto mantêm seus estados verdadeiros.  Quando seres humanos observam a água eles podem enxergar apenas um tipo de fluxo.  Existem muitos tipos de fluxo, mas os seres humanos podem enxergar apenas um tipo. Por exemplo, a terra e o céu estão num estado de fluxo permanente, as curvas do rio fluem, os poços de água mais profundos fluem; acima das nuvens e no leito dos rios todas as coisas estão em fluxo.”
 O que Mestre Dogen transmitiu, foi esta ligação com a realidade, esta volta à vida cotidiana, o que é muito útil para nós que vivemos tantos séculos depois, e temos dificuldade de levar uma vida exclusivamente de mosteiro, como monges retirados.
Somente podemos fazer sesshins e treinamentos, mas não conseguimos cortar os laços com o mundo como os monges de antigamente, precisamos pagar a escola do filho, o plano de saúde, a água, a luz etc.
 Nem dentro, nem fora.
 Quando não estivermos mais presos às palavras, à letras, às formas, nossa face original poderá então surgir.
Quando retirarmos todos os véus a verdadeira natureza aparece.
Ao chegar ao templo, o mestre Zen pergunta:
 De onde vens?
Normalmente vamos responder com o nome da localidade de onde viemos...
 Se o mestre é suave e compreensivo, talvez lhe responda:
 Não me entendestes, mas isso não tem importância... Pode entrar.
Um mestre severo, enxotará o monge:
- Vai-te embora! Você não conhece o caminho!
Estudos da Universidade de Harvard demonstraram que em média de 60% a 90% das consultas médicas poderiam ser evitadas, caso as pessoas usassem sua capacidade mental para combater de forma natural o estresse, as aflições, as tensões e os medos que são os causadores dos problemas físicos e mentais.
   Zazen é a maneira mais efetiva de disciplinar a mente.
O cérebro usa o tempo em que a mente está calma, pacificada e em silêncio para estabelecer novas conexões, gerar novas idéias, estabelecer novos parâmetros e se desvencilhar de crenças anacrônicas.
 O estresse é o grande mal da modernidade.
 É impossível fugir dele, mas é possível alterar o eixo de referência das situações externas trazendo-o para dentro de nós.
Quando a mente se aquieta, o corpo a acompanha e vice-versa – Segredo do Tostines...

 

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