Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

sábado, 24 de dezembro de 2011


Parte 15.

“Perfeito em poderes sobrenaturais, praticando amplamente com sabedoria e tato.
Nas terras do universo não há um lugar onde não se manifeste”.
Kannon se manifesta em todos os lugares, até porque o conceito de nação pertence ao domínio político, a verdadeira religião se situa além das fronteiras e das nacionalidades. Nascemos num certo país, num certo bairro em razão de nosso karma, mas esse karma não é extático, pode ser alterado.

O mundo não é capitalista, comunista, nem de homens ou mulheres. O universo inclui tudo isso e muito mais. Kannon pode aparecer em qualquer lugar em qualquer situação e no corpo de qualquer um.

Kannon é o Bodisatva que impulsionado por uma universal compaixão atua em todos os lugares desde os mais longínquos até os mais badalados.

Diz o sutra: “...se existirem seres viventes na terra que precisem de alguém sob a forma de um Budha de modo a serem salvos, o Bodhisattva Contemplador dos Sons do Mundo manifesta-se imediatamente no corpo de um Buddha e prega a Lei para eles. (...) Se precisarem de um ouvinte para ser salvo, imediatamente ele se torna um ouvinte e prega a Lei para eles. (...) Se precisarem de um ser celestial para ser salvo, imediatamente ele se torna um ser celestial. Se precisarem de um rei piedoso para ser salvo, imediatamente ele se torna um rei piedoso. Se precisarem de um monge ou de uma monja, de um leigo ou de uma leiga para serem salvos, imediatamente ele se torna um monge ou uma monja, um leigo ou uma leiga e prega a Lei para eles.”.


“Todos os estados negativos da existência, inferno, fantasmas, animais. Sofrimentos de nascimento, velhice, doença e morte. Todos gradativamente serão terminados!”
Quando observamos o nosso comportamento verificamos que temos uma tendência dominante: Uns são coléricos, outros orgulhosos, outros invejosos e assim por diante. Qualquer que seja a emoção dominante, ela envenena a existência. Os "viciados" do desejo não podem entrar num shopping sem se sentirem frustrados, por não possuírem dinheiro suficiente, enquanto que para os "viciados" da agressão o meio ambiente é ameaçador e destrutivo, já para o fofoqueiro se alguém fala baixo está falando dele.

Pela repetição das ações, as tendências reforçam-se e as percepções especializam-se. Ao longo de nossos dias, encontramos pessoas com os quais é difícil a comunicação, embora morem, trabalhem e estudem no mesmo lugar. Às vezes essas diferenças são tão acentuadas que chega-se ao ponto em que qualquer tipo de relacionamento se torna impossível. Nesse ponto o fosso que nos separa é tal que as percepções começam a pertencer a mundos diferentes.
A tradição budista fala de seis mundos. Podemos compreender estes mundos de duas maneiras.

No nível básico são meios ambientes particulares onde seres de karma parecidos se encontram, partilhando, graças à semelhança do seu karma, as mesmas percepções do mundo. Assim, se fosse possível que um semideus se encontrasse acidentalmente no inferno, como esse tipo de ambiente não corresponde à sua ressonância kármica, ele não veria o mesmo que os seres do inferno.
As mesmas percepções partilhadas por pessoas de níveis diferentes não lhes confere um caráter objetivo de realidade. As percepções, deformadas pela força do karma só são verdadeiras para os seres que possuem um karma semelhante e, portanto têm apenas um valor relativo.
Mas, essas percepções não são falsas, aquilo que vemos não é uma miragem no deserto. Para quem as vê e sente, essas percepções são tão reais como o sonho de alguém que dorme.

O budismo distingue dois níveis de realidade, a provisória ou relativa e a absoluta ou definitiva. A realidade absoluta é a visão direta da natureza. É o aqui-e-agora. A verdade relativa, por seu lado, é compreensível pelo intelecto, mas é "provisória" no sentido em que é apenas uma aproximação, apenas um retrato distorcido, assemelhado da realidade.

A primeira compreensão dos seis mundos consiste em vê-los como mundos não visíveis existindo simultaneamente. Os seres renascem nesses mundos em razão de sua herança kármica e das suas afinidades com os outros seres que lá vivem.
O segundo entendimento consiste em associar os seis mundos com as tendências psicológicas dominantes dos seres humanos e a diversidade das circunstâncias da sua vida.


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