Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

os quatro estados da mente - parte 2


Já a concentração é permanecer em um só ponto. Não é contemplar, não é pensar. É estar com a mente direcionada em uma única coisa, sem permitir que a mente se mova.

No pensamento comum a mente se move como um peixe fora d’água. Na contemplação, a mente louca é direcionada, dirigida. Na concentração, a mente não tem permissão para se mover.

No pensamento comum, a mente se move para onde quer. Na contemplação ela se move para um lugar determinado/direcionado.

Na concentração, ela não se move, fica estacionada em um único ponto.

Entretanto, na meditação, nenhuma forma de amarra, direcionamento ou focalização é permitida. A meditação é não-mente.

Na concentração, a mente tem licença para existir em um ponto único. Na meditação até mesmo esse ponto e retirado, ela situa-se além do pensar e do não pensar.

No pensamento comum, todas as direções estão abertas. Na contemplação, apenas uma. Na concentração apenas um ponto está aberto (sem nenhuma direção).

Na meditação nada existe, nem a mente, somente o momentum “aqui e agora”. O pensar comum é o estado da mente normal. A meditação é o outro lado da margem, a maior conquista que um homem pode almejar.

Tentemos compreender: o que está acontecendo neste momento em sua mente? Está acontecendo um processo ininterrupto de pensamentos!

Se você conseguir diminuir um pouquinho essa pantomima mental, aos poucos, lentamente chegará a não-mente. Mente significa pensamento; não mente significa, naturalmente, não pensamento.

Se através da prática assídua, seu processo de pensar, seus pensamentos estiverem se tornando mais densos, enchendo sua cabeça, dificultando sua vida, deixando você distraído, esquecido, então você estará indo à direção contrária da não-mente.

Se o processo de pensar torna-se menos denso, se é diminuído, desacelerado, se você está mais alerta, dormindo melhor, lembrando-se das coisas, você está no caminho certo, está dirigindo no caminho da não-mente.

Depende somente de você. A mente pode ser um grande auxílio. A mente é aquilo que você estiver fazendo agora. Se você estiver vivenciando a experiência deste exato momento, então você está na não-mente.

Devagar, gradativamente, através do treinamento, você vai diminuindo a quantidade de pensamentos em sua mente. Se apenas um por cento for retirado, sobram noventa e nove por cento de pensamentos.

É, como se você estivesse retirando móveis sujos, velhos, quebrados e sem serventia de sua sala revestida com piso de ouro do mais alto quilate e lustres de pedras preciosas.

Quando você inicia (com muito trabalho e determinação) a retirar a sujeira de sua sala, começa a aparecer espaço. Quanto mais lixo você retirar, mais espaço você vai ter. Quando após muito esforço conseguir tirar toda a sujeira, a sala se tornará só espaço (vazio).

O espaço não foi criado pela retirada dos móveis (leia-se pensamentos) o espaço sempre esteve aí.

Se você retira alguns pensamentos, ou usando uma linguagem mais atual, Quando você deleta alguns arquivos inúteis, o espaço é criado, descoberto, recuperado.

Se continuar removendo os pensamentos, aos poucos irá recuperando seu espaço original e acabará vendo a verdadeira face de Deus (Ou como era seu rosto antes de seus pais nascerem). Esse processo chama-se meditação.

Não deixe de ler a parte 3.

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