Saudações:

Em homenagem e reverência profunda à minha Mestra de Ordenação e Treinamento, Venerável Shingetsu Coen Osho.
Que seu Corpo-Dharma, seja como um diamante inquebrantável.
Que tenha próspera longevidade e saúde ilimitada.
Que nenhum mal a atinja.
Que todos os seus esforços sejam recompensados.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os Quatro Estados da Mente - parte 1

Mente Comum, Contemplação, Concentração e Meditação

Contemplação significa pensamento dirigido, direcionado. O leigo pode até achar que a mente em estado de contemplação é a mesma em estado de pensamento comum, mas não é verdade. O pensar da mente comum é vago, desgovernado, não começa nem acaba em nenhum lugar.

A mente comum funciona por associações. Um pensamento levando a outro, sem qualquer comando de sua parte.

A mente comum, deste modo, de associação em associação navega livre e louca sem qualquer direção, como um navio desgovernado num oceano bravio.

Por exemplo: de repente, você vê um gato atravessando a rua, lépido como só os felinos sabem ser. No exato momento em que você estabelece contato visual com o gato, sua mente comum, começa automaticamente, a pensar a respeito de gatos. A visão do gato captura e conduz sua mente, por meio de associações relacionadas a lembranças passadas.

Quando você era criança talvez gostasse (ou não) de gatos, a partir do momento em que você estabeleceu contato com o gato, todos o fato relacionado a gatos de sua infância vem a sua mente (como se você acessasse um arquivo específico na sua memória) e, por associação você começa a lembrar-se de coisas acontecidas durante seus contatos ao longo de toda a sua vida com os gatos, nesse meio tempo o gato acaba sendo esquecido, pois sua mente comum já se encontra completamente ligada a outras lembranças que por sua vez lembram outras e assim por diante. Desta maneira o tempo passa, e de associações em associações você vai levando a vida. (acreditando piamente que está vivendo plenamente).

Se qualquer outra pessoa tivesse cruzado a rua com o mesmo gato, a associação mental seria completamente diferente, pois as experiências ao longo da vida foram diversas.

Todo mundo possui elos associativos na mente. Não existe nenhuma relação entre dois ou mais pensamentos. Trata-se apenas de associação de um pensamento a outro, e, eles conduzem a si próprios. Ou melhor, você é conduzido, levado de roldão pelos pensamentos associativos, de lá para cá como um peixe fora d’água.

Não há nesta associação nenhuma conexão lógica ou estudada, apenas e tão somente associações desgovernadas. Todo mundo tem.

Qualquer acontecimento por mais banal que possa parecer o empurra para outros pensamentos e, um pensamento leva a outro, a outro a outro e assim sucessivamente por toda a sua vida até que você interrompa essa sua existência tão fútil.

O pensamento comum transforma-se em contemplação quando não acontece através da associação, mas sim quando é dirigido. É quando você está trabalhando em um sério problema e isola todas as associações. Você passa a tratar apenas desse problema em particular.

A mente, sempre nervosa e agitada, tentará escapar dessa prisão, para algum tipo de associação. Você não deixa, corta todas as amarras, todos os atalhos, permite somente que sua mente ande numa única direção.

Um cientista, trabalhando em um complexo problema, está em contemplação. Um pintor, desenhando um quadro, está em contemplação. Um universitário estudando química está em contemplação. Neste momento, o mundo todo é suprimido e apenas o cientista e seu trabalho, o pintor e a pintura, o estudante e seus livros permanecem.

No decorrer do processo contemplativo, muitas coisas paralelas o atrairão. Não permita que sua mente se distraia ou se desvie. Só permita que ela se mova em uma direção, em uma linha única. Isto é contemplação.

Qualquer pensamento lógico é contemplativo. O pensamento comum é louco, solto, absurdo. A contemplação é lógica, racional.

Não deixe de ler a parte 2.

Nenhum comentário:

Postar um comentário